O cenário político paranaense foi sacudido nesta terça-feira (23) pela divulgação de áudios explosivos que levantam graves questionamentos sobre a integridade da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). As gravações, reveladas inicialmente pelo jornal O Diário de Maringá, sugerem a existência de um esquema de arrecadação irregular de recursos dentro da estatal para abastecer campanhas eleitorais de figuras do alto escalão do governo.
O Teor das Gravações (ouça abaixo)
Os áudios são atribuídos a Rafael Malaguido e a Jaime, chefe de gabinete do secretário estadual Guto Silva. O conteúdo indicaria pedidos de recursos financeiros dentro da estrutura da Sanepar, supostamente destinados às campanhas de Guto Silva e do governador Ratinho Junior.
A denúncia ganha contornos ainda mais graves com a menção a Cláudio Stábile. Segundo o material divulgado, ele teria exigido parte do PPR (Programa de Participação nos Resultados) de funcionários que ocupam cargos por indicação política. A justificativa seria o pagamento de um suposto “rombo” financeiro de uma campanha eleitoral na qual Stábile teria atuado como tesoureiro.
Reação na Assembleia Legislativa
O deputado estadual Arilson Chiorato (PT) reagiu duramente às revelações. O parlamentar anunciou que formalizará uma denúncia junto ao Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), enviando cópias das gravações para que uma investigação rigorosa seja instaurada.
Além do MP-PR, Chiorato informou que encaminhará o material à Casa Civil, exigindo um posicionamento oficial do Governador Ratinho Junior sobre as condutas de seus aliados e o uso da máquina pública. “As denúncias são gravíssimas e apontam para um possível crime de Caixa Dois e abuso de poder político dentro de uma das maiores empresas do nosso estado”, afirmou o deputado.
Indicações Políticas e Pressão Interna
Os áudios também citam o nome de Luiz Carlos Jacovassi, gerente regional da Sanepar. Nas gravações, interlocutores mencionam que ele “não cai” e que “soltariam fogos se ele caísse”. Informações de bastidores indicam que Jacovassi teria sido nomeado a pedido do atual secretário de Saúde, Beto Preto, reforçando a tese de loteamento político de cargos técnicos na estatal.
Posicionamento e Transparência
Até o momento a Sanepar não havia se manifestado oficialmente sobre o teor das gravações. O espaço permanece aberto para que os citados — Guto Silva, Cláudio Stábile, Rafael Malaguido e Jaime — apresentem seus esclarecimentos.
Esta reportagem se coloca à inteira disposição do governador Ratinho Junior e de sua assessoria para que se manifestem sobre os fatos narrados. A denúncia é de extrema gravidade, envolvendo pessoas ligadas diretamente ao gabinete do Executivo e possíveis irregularidades dentro da Sanepar.
Confira os áudios:
Fonte: O Diário de Maringa




