O deputado Arilson Chiorato (PT) se posicionou, mais uma vez, contra a privatização da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A (Ferroeste) nesta terça-feira (20/08) durante a votação final do projeto (nº 512/2024), que autorizou a venda da estatal, na Assembleia Legislativa do Paraná. A matéria tramitou em regime de urgência impossibilitando uma discussão mais profunda sobre o tema. Ainda assim, o deputado Arilson conseguiu aprovar emendas para diminuir os prejuízos da venda.
“O Paraná continua com o festival de entrega do patrimônio público a preço de banana, aliás, a banana está mais valorizada. O que tem sido feito pelo Governo do Estado do Paraná é um abuso, uma crueldade com o povo, um desrespeito completo às leis. Já foi entregue a Compagas, a Copel Telecom, a Copel Energia, parte da Sanepar, as escolas públicas e agora a Ferroeste”, listou as últimas privatizações do Governo Ratinho.
Na avaliação do deputado, o projeto de lei ter tramitado em regime de urgência foi descabido e, como nos outros processos de venda do patrimônio público, impediu o debate com a população. “É um projeto que nem o próprio governo consegue explicar, com ausência de comprovação de déficit real nas operações da Ferroeste, falta de documentos e de estudo no processo. Mas, mais do que isso, na audiência pública com o setor produtivo, ou melhor, no convite, pois não foi uma audiência pública, o senhor André Gonçalves, presidente da Ferroeste, disse que a empresa não tem prejuízo nem déficit desde 2018. No entanto, a mensagem do projeto de lei afirma que a Ferroeste é uma empresa deficitária”, pontua.
“O governo não conversa com o governo, não conversa com os documentos, não tem os documentos. Se o governo não tem competência para gerenciar o processo, basta trocar a gerência do governo, e não vender a Ferroeste. É mais uma empresa pública que vai para os amigos do ‘clube do vinho’, para aqueles que lucram às custas do povo paranaense”, critica.
De acordo com o deputado Arilson, a Ferroeste é “uma ferramenta importante para o desenvolvimento econômico e social do Estado do Paraná e não merecia esse final”. “Protocolei emendas que visam diminuir o prejuízo, o estrago dos abutres da Bolsa de Valores. Uma delas garante que seja oferecido o direito de preferência aos acionistas minoritários para a aquisição dos direitos decorrentes da alienação, transferência e participação societária”, afirma
“Depois de vender a Ferroeste, na próxima, colocaremos em urgência a venda da Celepar. Depois, faremos um leilão do Palácio do Iguaçu e acabaremos com o patrimônio do povo paranaense. E a Bovespa estará feliz, enquanto o povo aqui no Paraná sofrerá as consequências de um governo ávido em atender o capitalismo desenfreado”, comenta.