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Deputado Arilson repudia impunidade de políticos, que mataram bode em ato cruel para zombar de adversários

"A Justiça falhou. Esse crime não pode ficar impune", afirma o líder da Oposição sobre absolvição dos responsáveis

O Líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Arilson Chiorato (PT), usou a tribuna nesta quarta-feira (19) para expressar indignação e revolta com a decisão da Justiça que absolveu os responsáveis por um caso chocante de maus-tratos a animais e de intolerância política em Anahy, no oeste do Paraná.

O crime em questão ocorreu no dia 7 de outubro de 2024, um dia após as eleições municipais. Na ocasião, um vereador e um ex-vereador usaram a morte de um bode para provocar e zombar de adversários políticos. Após retirarem a pele do animal, picharam o número dos concorrentes nela.
“A Justiça falhou. Esse crime não pode ficar impune. É inaceitável que o sacrifício de um animal seja usado como instrumento de provocação política. Foi um ato de crueldade, um abuso, e a sociedade não pode aceitar esse tipo de conduta sem consequências”, afirmou o deputado Arilson.

O Ministério Público (MP) denunciou os envolvidos por abuso e maus-tratos, destacando que o crime foi cometido por motivo torpe, com o objetivo de humilhar opositores políticos. No entanto, a Justiça absolveu os acusados, alegando que o método de abate do animal seguiu normas técnicas.

De acordo com o deputado Arilson, a decisão da Justiça preocupa, uma vez que os autores não foram responsabilizados. “O que preocupa não é só esse caso, mas o precedente que ele abre. Se aceitarmos que esse tipo de atrocidade fique impune, estaremos incentivando que novas barbaridades aconteçam. Não podemos permitir isso!”, alertou o Líder da Oposição.

“Isso não foi um simples abate. O animal foi exposto, morto e usado como troféu para zombar de quem perdeu as eleições. Foi uma demonstração de violência, desrespeito e abuso que fere qualquer princípio ético e moral. A decisão da Justiça passa um recado muito perigoso para a sociedade”, complementou.

Relembre o caso

No dia 7 de outubro de 2024, um dia após as eleições municipais, o vereador Valderi Januário de Lima (PL) e o ex-vereador Luciano Theodoro Ribeiro mataram um bode preto como forma de provocação contra adversários políticos que haviam perdido a disputa.

Vídeos registraram o animal sendo exibido vivo em cima de uma caminhonete. Mais tarde, os dois homens sacrificaram o bode, esticaram seu couro no chão e picharam com spray vermelho o número 13, do candidato adversário.

Apoio de parlamentares

A manifestação do Líder da Oposição recebeu apoio de diversos deputados, que também repudiaram o crime e a absolvição dos envolvidos. Entre os parlamentares que expressaram indignação com o caso, Alexandre Amaro (Republicanos), Evandro Araújo (PSD), Hussein Bakri (PSD), Luiz Cláudio Romanelli (PSD), Marcelo Rangel (PSD), Professor Lemos (PT) e Tito Barichello (União).

Justiça e respeito aos animais

Como presidente da Comissão de Meio Ambiente e Proteção Animal da Alep, o deputado Arilson garantiu que seguirá cobrando providências para impedir que casos como esse fiquem impunes.

“O respeito aos animais é um reflexo do respeito à vida. Quem não respeita um animal, não respeita pessoas. Esse caso precisa ser revisto e os responsáveis, punidos.”

O deputado encerrou seu discurso citando o escritor Milan Kundera, do livro A Insustentável Leveza do Ser: “O verdadeiro teste moral da humanidade, o exame fundamental (tão profundo que escapa ao nosso olhar) é a sua relação com aqueles que estão à sua mercê: os animais”.


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