A candidata do PMB à prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml, fez uma campanha com poucas propostas no primeiro turno. Pode-se dizer que boa parte dos 291.523 votos obtidos pela candidata no dia 6 de outubro foram conquistados com discursos puramente ideológicos, com ataques a tudo que ela considera ser “de esquerda” e alinhamento incondicional e acrítico ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em setembro, antes do primeiro turno das eleições, Cristina postou um vídeo em sua conta no Instagram para pedir o voto dos curitibanos “de direita” e chamar a esquerda de “maldita”. O que a candidata ainda não contou para seus eleitores é que pessoas ao seu redor já foram filiadas a partidos de esquerda, considerados “comunistas” por ela. Veja quem são:
Anderson Alves Sabará
Marido de Cristina Graeml. Anderson Alves Cordeiro Sabará é natural de Cachoeira Paulista (SP), cidade onde os dois fundaram a empresa Conline, omitida na declaração de bens da candidata à Justiça Eleitoral. Sabará foi candidato a vereador pelo PT na cidade do interior paulista em 2004. Ficou na suplência, o que significa que por pouco ele não assumiu uma vaga na Câmara Municipal de Cachoeira Paulista pelo partido que Cristina Graeml diz odiar. Em 2006, concorreu a deputado estadual em São Paulo pelo PV outro partido de centro-esquerda. Funcionário público, Sabará se tornou um apoiador da operação Lava Jato e hoje publica vídeos no YouTube sobre constelação familiar, prática supostamente terapêutica sem comprovação científica.
Jairo Ferreira Filho
O vice de Cristina Graeml foi filiado ao PCdoB, o Partido Comunista Brasileiro, revelou no último dia 15 o blog Politicamente, de Curitiba. Segundo a Certidão de Filiação Partidária emitida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ferreira Filho foi filiado ao PCdoB entre 11 de abril de 2018 e 6 de abril de 2019. Ele também passou pelo PSDB, pelo Novo e pelo PL antes de se filiar ao nanico PMB, que na eleição municipal de São Paulo apoia o candidato de esquerda Guilherme Boulos (PSOL).
Jairo Ferreira Filho se tornou uma figura central na campanha deste ano em Curitiba. Nos últimos dois meses, foi revelado que ele responde a um processo de R$ 1 milhão por supostamente aplicar um golpe de R$ 400 mil em uma idosa; possui condenação em duas instâncias, obrigado a devolver R$ 90 mil a uma cliente em Brasília, por quebra de contrato; foi suspeito de vender o mesmo terreno para duas pessoas; e assinou um contrato com o Provopar quando sua mulher, Tatiane Lorenzetti Ferreira (na foto principal ao lado do marido), era presidente da entidade. Cristina Graeml chegou a negar que ele tivesse alguma condenação na Justiça.
Fabiano dos Santos
O presidente estadual do partido de Cristina Graeml foi candidato a vereador em Curitiba pelo PT em 2008. Ele ficou na suplência. O Site Plural mostrou que Santos foi condenado a três anos prisão por crime tributário (por incluir documentos falsos na declaração de Imposto de Renda de um cliente) e foi preso no dia 27 de janeiro deste ano com um carro roubado, dois dias depois de lançar a pré-candidatura de Cristina Graeml à prefeitura de Curitiba.
Nesta semana, Santos afirmou em vídeo que o PMB de São Paulo apoia Guilherme Boulos porque foi “comprado” com objetivo de “prejudicar a candidatura em Curitiba”. Ele também tem intensificado os ataques ao candidato do PSD à prefeitura, Eduardo Pimentel.
“Esquerda maldita”
Em setembro, Cristina Graeml, a candidata que nega ser uma extremista de direita, publicou um vídeo em seu perfil no Instagram dizendo que a esquerda é “maldita”.
Fonte: José Marcos Lopes / Plural