Mata Atlântica ‘comida pelas bordas’
Um levantamento feito de janeiro a outubro de 2022 pelo sistema de alertas da SOS Mata Atlântica e do MapBiomas revela que o Paraná foi o estado da região Sul que mais derrubou a floresta atlântica estando em 4o. no Brasil.
A área derrubada no estado equivale a quase 20 vezes o parque Barigui, em Curitiba:
- Paraná: 2.954 hectares desmatados;
- Santa Catarina: 1.714 hectares desmatados;
- Rio Grande do Sul: 1.177 hectares desmatados.
Os dados também apontam que, de julho a outubro de 2022, a quantidade de mata derrubada aumentou 83% no estado.
Em todo o Brasil, 48 mil hectares de Mata Atlântica foram derrubados nos dez primeiros meses do ano passado. No ranking nacional de desmatamento, o Paraná aparece em quarto lugar, atrás da Bahia, de Minas Gerais do Piauí.
Os flagrantes de desmatamento registrados pelo levantamento foram feitos por um satélite que tem a capacidade de enxergar áreas menores, de até de um hectare.
No Paraná, 76% dos alertas de desmatamento são de pequenas áreas. Entre as cidades que mais cortaram a floresta no estado estão:
- Bocaiúva do Sul: 138 hectares;
- Nova Laranjeiras: 135 hectares,
- Prudentópolis: 110 hectares,
- Pinhão: 91 hectares;
- Ortigueira: 81 hectares.
O diretor executivo da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, explica que a “marca” do Paraná são os pequenos desmatamentos para expansão da agropecuária.
“O satélite nos revela que a floresta está sendo comida pelas bordas, um padrão de tentar enganar a fiscalização e o satélite, cortando pequenas áreas. São muitas áreas desmatadas e isso tem um efeito enorme para a degradação da Mata Atlântica.”
O diretor vê no fim do desmatamento ilegal uma questão de sobrevivência.
“É uma obrigação a gente chegar ao desmatamento zero, isso é uma obrigação moral e é uma necessidade para o futuro das próximas gerações, para o o futuro da população brasileira, para a gente ter o mínimo pra gente sobreviver.”
Governo do Paraná promete zerar desmatamento ilegal em quatro anos. Dá para acreditar?
De acordo com o secretário, o estado deve realizar concurso público para contratar mais pessoas para a pasta e para o Instituto Água e Terra (IAT).
O secretário disse ainda que foi contratado junto a organismos internacionais financiamento para modernizar o sistema de fiscalização.
“Para que eu possa ter uma fiscalização eletrônica em que eu consigo, através de satélite, olhar a área desmatada e já emitir de forma automática o auto de infração.”
Com informações G1 e SOS Mata Atlântica