O Ministério Público do Paraná (MPPR) recorreu da decisão que suspende as investigações em andamento contra o deputado federal e ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). Em dezembro, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu um pedido da defesa do tucano para trancar as investigações que utilizaram provas provenientes do acordo de leniência da Odebrecht.
As provas obtidas por meio do acordo da empreiteira com a força-tarefa da Operação Lava Jato foram anuladas em setembro do ano passado. Na ocasião, Toffoli reconheceu a contaminação dos documentos por falhas do MPF e da Justiça Federal em Curitiba.
A partir da anulação das provas, réus em processos que utilizaram as informações do acordo de leniência da Odebrecht recorreram para encerrar ou travar as investigações. No caso de Richa, foram trancados processos que não estão relacionados à Lava Jato, mas que se valeram do compartilhamento das provas. Os processos trancados têm relação com as operações Piloto, Integração, Rádio Patrulha e Quadro Negro.
Ao recorrer contra a decisão de Dias Toffoli, o Ministério Público do Paraná argumenta que, entre as quatro operações, duas tramitam na esfera estadual e não têm relação alguma com a investigação de desvios envolvendo a Petrobras.
A defesa de Richa acredita que o recurso não mudará o panorama atual, considerando que, em casos semelhantes, o Supremo Tribunal Federal não costuma admitir impugnações de promotorias estaduais.