A Polícia Civil encontrou restos mortais em um poço abandonado no Distrito de Itaiacoca, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, nesta quarta-feira (21). Os investigadores apuram se os pedaços encontrados são de três jovens assassinados em 2019.
O delegado Luiz Gustavo de Souza Timossi, da 13ª SDP, revelou detalhes de uma das investigações mais complexas da história criminal de Ponta Grossa, nas últimas três décadas. O ‘poço da morte’, localizado numa propriedade privada às margens da PR-513, no Distrito de Itaiacoca, tem restos mortais que podem ser de João Augusto Marchioto, Kamili Bianca de Goes e Leopoldo Ricieri Carneiro. Neste mesmo local, em janeiro deste ano, foram achadas partes do cadáver de João Augusto Marchioto.
“No início deste ano foi encontrado um pé humano neste poço, aonde está sendo realizada esta diligência pelo Corpo de Bombeiros, e diante disso a Polícia Civil começou a investigar o caso para entender e para descobrir de quem seria o resto mortal. No final de maio, foi realizada nova incursão do Corpo de Bombeiros onde foram recuperadas pelo Corpo de Bombeiros mais algumas partes ósseas e, além disso, foi encontrado um documento. Com base nessas investigações descobriu-se que essa ossada humana é de um caso solucionado em 2019, sem que, contudo, até aquela ocasião fosse localizado o corpo de três vítimas, comentou o delegado.
“Essas vítimas foram assassinadas em 2019, em vingança por parte desses criminosos que já foram identificados e são réus pela prática de um crime. Um parente deles havia sido assassinado por um indivíduo que estava com essas vítimas e duas delas acabaram sendo assassinadas por estarem lá no local e este outro indivíduo, eles acreditam que estava relacionado à morte desses parentes deles”, concluiu a autoridade policial.
Em janeiro, quando foi retirado o pé do poço, os bombeiros encontraram o documento de João Augusto. Agora, segundo o delegado, a polícia acredita que os restos mortais encontrados nesta quarta-feira sejam de João Augusto Marchioto, Kamili Bianca de Goes e Leopoldo Ricieri Carneiro. Os ossos foram encaminhados ao IML de Ponta Grossa para exames específicos. Os principais acusados dos crimes são Emerson Luiz Martins Ferreira e Antonio Batista Ferreira. “Eles já respondem na Justiça, foram pronunciados pelo Poder Judiciário para serem encaminhados a júri popular, para quem sejam julgados pela prática desses crimes”, comentou Timossi.
Inquérito policial
O inquérito policial concluiu que João Augusto, assim como Kamili Bianca de Goes e Leopoldo Ricieri Carneiro, teriam sido assassinados por Emerson Luiz Martins Ferreira e Antônio Batista Ferreira. As investigações, presididas pelo delegado Fernando Jasinski, apontaram que os investigados teriam matado Leopoldo Ricieri por vingança, pois Leopoldo estaria envolvido no assassinato de Everson Antônio Martins Ferreira – filho de Antônio e irmão de Everson. Na ocasião, Antônio e Emerson assassinaram Kamili e João, que não teriam ligação com o homicídio, apenas por estarem no local na companhia de Leopoldo”, explica Timossi.
Ainda, conforme o delegado, titular do setor de homicídios da 13ª Subdivisão Policial (13ª SDP), os acusados do crime foram denunciados pelo Ministério Público (MP) – que pediu a realização de júri popular para a dupla. Emerson e Antônio foram indiciados por “crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas, bem como por ocultação de cadáver, além de um crime de furto, pois os investigados teriam subtraído o telefone de uma das vítimas”, destaca.
Condenação
No ano passado, Emerson Luiz Martins Ferreira foi condenado a mais de 32 anos de prisão pela morte do professor Lucas Ferreira de Oliveira, que desapareceu em dezembro de 2019. Ele matou Lucas a mando de Patrícia Bruning Manchenho. O docente residia em São Paulo e viajou a Ponta Grossa para visitar o filho. No mesmo ano em que o professor foi assassinado, Emerson e Antônio mataram João Marchioto.
Fonte: A REDE