O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) deverá ter sua pré-candidatura ao Senado lançada no dia 4 de abril, em Curitiba, com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro virá a Curitiba para conversar com o governador Ratinho Júnior (PSD) e com deputados do PL.
Apoiador do ex-presidente, Barros foi eleito deputado federal duas vezes, em 2018 e 2022, apresentado como “01 do Bolsonaro no Paraná”. Sua entrada na disputa deverá embaralhar o cenário na corrida pelas duas vagas no Senado e novamente dividir a direita em 2026.
Por enquanto, segundo levantamento divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas no fim do mês passado, os favoritos são Ratinho Júnior e o ex-governador e ex-senador Roberto Requião (sem partido). Ratinho foi citado por 47,8% dos eleitores ouvidos, e Requião por 31,7%. Cristina Graeml (Podemos), que chegou ao segundo turno da eleição municipal em Curitiba, aparece em terceiro, com 18,8%, seguida pelo próprio Barros, com com 16,5%.
A pesquisa não levou em conta que os mandatos de dois senadores do Paraná terminam em 2026: Flávio Arns (PSB) e Oriovisto Guimarães (Podemos). Eles poderão disputar a reeleição, mas não foram citados no levantamento da Paraná Pesquisas. Outros citados foram o deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Novo), com 14,3% das intenções de voto; e os deputados federais Pedro Lupion (PP), com 9%, e Zeca Dirceu (PT), com 8,4%. Apesar de favorito, Ratinho Júnior espera ser o indicado pelo PSD para disputar a Presidência em 2026.
Racha na direita
A possível candidatura de Filipe Barros deverá causar mais um racha na direita em 2026. Na campanha do ano passado, Cristina Graeml, então filiada ao PMB, se apresentou como candidata de Bolsonaro, mas oficialmente o ex-presidente apoiava Eduardo Pimentel (PSD). Ele chegou a aparecer em uma ligação declarando voto em Cristina.
Filiado ao PL, o vice de Eduardo Pimentel, também sairia perdendo. Ele esperava disputar novamente uma vaga no Senado em 2026, já que em 2022 teve 1.697.962 votos (29,12%) e terminou à frente de Alvaro Dias (Podemos).
O Paraná Pesquisas ouviu 1.652 eleitores em 64 municípios paranaenses entre os dias 22 e 25 de fevereiro de 2025. O grau de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. Cada eleitor pode escolher dois candidatos.
Maioria no Senado
Um dos projetos do PL e da extrema direita para 2026 é garantir uma maioria folgada no Senado. Com isso, seria possível aprovar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na eleição do próximo ano, estarão em disputa 54 das 81 cadeiras.
Um dos principais parlamentares bolsonaristas, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), chegou a dizer, em uma postagem no Instagram, que a ideia é “fazer uma limpa no STF”. Com isso, os parlamentares de extrema direita conseguiriam o que Bolsonaro não conseguiu quando era presidente: descumprir ordens judiciais sem serem punidos e afastar os ministros responsáveis por decisões contrárias a eles.
Fonte: José Marcos Lopes / Plural