O governador Ratinho Jr (PSD) anunciou hoje, pouco antes da cerimônia de diplomação dos eleitos no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR), a intenção de privatizar a Compagás em seu segundo mandato que começa em janeiro. Segundo Ratinho Jr, o objetivo garantir investimentos privados para a ampliação da rede de distribuição de gás industrial no Estado. De acordo com o governador, a ideia é concluir essa privatização até julho do ano que vem.
“O que nós vamos fazer é um grande projeto de distribuição de gás no Paraná. A privatização da Compagás. Hoje o mundo inteiro está no setor privado. O poder público não acompanha os investimentos necessários para fazer essa ampliação do gasoduto. Para que a industrialização possa estar no interior. Esse avanço está programado até julho do ano que vem. Eu faço a renovação da concessão do gás espero que ainda esse ano e depois a gente faz a privatização”, disse.
Ratinho Jr voltou a defender a venda de ações da Copel, proposta por ele e aprovada pela Assembleia Legislativa logo após as eleições de outubro. “A da Copel é um avanço. Só tem três estados do Brasil que ainda tem esse sistema estatal, que atrasa. O Estado continua sendo dono da Copel, tem o poder de veto. O que vai diferenciar é que ela vai ter velocidade. Vai ter capacidade de disputar com a Eletrobras a maior empresa do Brasil”, argumentou.
O governador também confirmou a intenção de ampliar a terceirização de serviços públicos estaduais no segundo mandato. “Além disso, nós temos a parte de terceirização. Aquilo que não é poder de polícia, que a gente pode avançar para liberar o funcionário de carreira aquilo que está no seu concurso público, também vamos avançar para dar mais dinâmica. A máquina pública tem que ser repensada para acompanhar a velocidade da sociedade”, alegou.
Economia
Segundo o governador, o principal desafio é enfrentar o cenário econômico adverso no Brasil e no mundo, que aponta para o risco de recessão em 2023. “O maior desafio é o econômico. Estamos vivendo uma recessão na Europa. Nos Estados Unidos também, a China diminuindo a sua força econômica. Então essa expectativa vai atingir também a economia do Brasil. A ideia nossa é trabalhar muito para que isso não afete o Paraná automaticamente. Por isso essa reorganização administrativa e de leis, de reestruturação do Estado para cuidar do Paraná nos próximos quatro anos mesmo com esses solavancos lá fora”, explicou.
Pedágio
Ratinho Jr afirmou ainda que caso o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insista em implantar um pedágio de manutenção no Paraná, o Estado não vai permitir a inclusão das rodovias estaduais, que são cerca de 30% do trecho a ser concedido, sendo o restante de rodovias federais. O governador insiste no modelo desenhado durante o governo Bolsonaro, de leilão das concessões por menor tarifa, mas com a cobrança de uma caução para a garantia de obras. “Nós vamos continuar defendendo o que nós defendemos no governo Bolsonaro. Tarifa pelo menor preço, na Bolsa de Valores, porque isso dá transparência e não tem outorga. Não abrimos mão de obras. Essa conversa do pedágio caipira que fala, pedágio de manutenção, o Paraná não vai cair nessa conversa”, disse.
“Temos que esperar o novo governo que vai assumir em Brasília apresentar a sua modelagem, que eu espero que seja próximo do que nós defendemos, menor preço com obras. E se a gente conseguir avançar em uma modelagem que seja ideal para o Paraná, nós vamos manter as estradas estaduais. Se isso não acontecer e quiserem empurrar um pedágio de manutenção para cortar mato eu vou fazer as nossas estaduais independente do governo federal. Um pedágio próprio”, garantiu.
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