Vinte e um frigoríficos de frango e derivados do Paraná tiveram a habilitação para exportar à China suspensa após a confirmação de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. Ao todo, 51 frigoríficos brasileiros foram afetados pela medida, e nove destinos de importação já interromperam temporariamente a compra de carne de frango do Brasil.
Na lista, o Paraná — maior exportador de frango do Brasil — aparece como o estado mais afetado pela suspensão. Na sequência, surge Santa Catarina (14), seguida pelo Rio Grande do Sul (8). A lista obtida pelo Broadcast Agro, do Grupo Estado, consta na plataforma de registro de fabricantes estrangeiros de alimentos importados da GACC (Administração Geral de Alfândegas da China). A suspensão entrou em vigor no sábado (17).
Além dos 51 frigoríficos que tiveram a habilitação suspensa, outros oito do Rio Grande do Sul já não exportavam frango para a China desde julho de 2024 devido a um caso da Doença de Newcastle no estado.
O Paraná é o maior produtor de frangos do Brasil, com mais de 2 bilhões de aves abatidas em 2024, o que representa 34% da produção nacional. O estado também lidera as exportações do setor, com vendas que ultrapassaram US$ 4 bilhões em 2023 para diversos países. Até o momento, não há registros de casos suspeitos ou confirmados no Paraná.
Em nota divulgada um dia antes da China suspender a compra de aves brasileiras, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou que “tem trabalhado ativamente para que nas negociações de acordos sanitários internacionais os países parceiros reconheçam o princípio de regionalização, preconizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) – restringindo a exportação aos 10 quilômetros de raio do foco”.
Neste domingo (18), a pasta informou que estão sendo realizadas vistorias em propriedades localizadas em área com raio de 10 km onde se declarou a emergência.
Além disso, há uma investigação em uma propriedade no município de Aguiarnópolis (TO). A análise preliminar das amostras coletadas revelou a presença de Influenza A com baixa probabilidade de se tratar de amostra de alta patogenicidade no local. “A investigação laboratorial está em curso e as medidas de controle de trânsito adotadas, com manutenção da situação sob controle e vigilância adequados”, disse o órgão.
“Temos espaço para negociar, o foco é de aproximadamente 28 dias e se conseguirmos eliminar o foco e rastrear os animais, acreditamos que com transparência e eficiência, o fluxo possa ser normalizado antes dos 60 dias”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, após reunião com membros da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua, afirmou que o “país está se preparando há quase duas décadas para lidar com esse cenário”.
Veja a lista de frigoríficos paranaenses de frango suspensos pela China:
- Seara Alimentos Ltda, de Rolândia;
- Lar Cooperativa Agroindustrial, de Cafelândia;
- C.Vale – Cooperativa Agroindustrial, de Palotina;
- Coopavel Cooperativa Agroindustrial, de Cascavel;
- Gonçalves & Tortola S/a, de Maringá;
- Lar Cooperativa Agroindustrial, de Matelândia;
- Copacol – Cooperativa Agroindustrial Consolata, de Cafelândia;
- BRF S.A., de Toledo;
- Lar Cooperativa Agroindustrial, de Marechal Cândido Rondon;
- Coasul Cooperativa Agroindustrial, de São João;
- Gonçalves & Tortola S/A, de Paraíso do Norte;
- Lar Cooperativa Agroindustrial , de Rolândia;
- Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Mandaguari;
- Copacol – Cooperativa Agroindustrial Consolata, de Ubiratã;
- Cotriguaçu Cooperativa Central, de Cascavel;
- Avenorte Avícola Cianorte Ltda, de Cianorte;
- Plusval Agroavícola Ltda, de Umuarama;
- Jaguafrangos Indústria e Comércio de Alimentos Ltda, de Jaguapitã;
- Seara Alimentos Ltda, de Santo Inácio;
- Dip Frangos S. A., de Capanema;
- Somave Agroindustrial Ltda, de Cidade Gaúcha.